sábado, 26 de maio de 2012

Sobre o Eneagrama:



"Este trabalho e o seu potencial pratico foi notado e referenciado ao mais alto nível, passando a ser utilizado com sucesso em empresas e organizações como por exemplo a NASA e a UNICEF, tornando-se referência obrigatória em Universidades de renome, como Stanford em Palo Alto, Califórnia, nas áreas de estudo sobre comportamento humano.
As empresas, nomeadamente as multinacionais tem vindo de forma crescente a adoptar o Eneagrama nos seus programas de desenvolvimento e Recursos Humanos, seguidos cada vez mais pelo restante tecido empresarial um pouco por todo o mundo ocidental, com incidência no Brasil, onde existe já uma excelente escola neste domínio e a que as empresas daquela economia em expansão estão a recorrer de forma crescente."
http://www.eneacoaching.com/eneacoaching/mundo

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Quando o Eneagrama e a Educação andam juntos…


Por André Prudente

O Eneagrama, como um mapa de consciência que é, descreve nove dons humanos que se estruturam como nove traços de personalidade, os quais representam maneiras diferentes de ver e lidar com a vida. Compreender como esses traços influenciam o modo de sentir, pensar e agir das pessoas ajuda a entender a maneira peculiar que cada indivíduo tem de expressar seu Ser na existência. Aprender o jeito que cada um tem de estar no mundo permite saber como se relacionar com os outros facilitando para que eles expressem o que há de melhor neles próprios.
Considerando a educação como a maneira mais básica e vital para formação do ser humano e que ela deve ser iniciada já na primeira infância, torna-se uma tarefa de extrema importância descobrir modos de desenvolver os potenciais das crianças e jovens por meio de um processo educativo amplo e inclusivo. A educação integral promove isso atuando em quatro dimensões humanas: física (do agir e fazer); emocional (do sentir e conviver); mental (do pensar e conhecer) e espiritual (do intuir e Ser). Dessa maneira, temos os quatro pilares educacionais definidos pelo Relatório Jacques Delors (da Unesco) para educação do século XXI: ensinar a fazer, a conhecer, a conviver e a Ser.
Quando o Eneagrama se encontra com a Educação Integral, descobre-se um mapa muito completo, o qual revela em si uma proposta prática e profunda de Educação Integral que possibilita a união perante a diversidade, pela percepção de que o diferente não é oposto, mas sim complementar. Em outras palavras, essa junção leva a uma educação inclusiva que pode ajudar crianças, jovens e educadores a conseguirem ver na especificidade de cada indivíduo uma possibilidade de aprendizado e crescimento e não um motivo para se afastar e julgar. Somente assim é possível construir uma sociedade mais amorosa, pacífica e feliz.
O Eneagrama da Educação
A Educação Integral na infância e juventude promove processos de aprendizado holísticos. A cada descoberta, o aprendiz descobre algo sobre si mesmo, os outros e o universo, que o ajuda a se tornar tudo que ele pode ser. Seus potenciais emocionais, mentais, físicos e espirituais unem-se como dons úteis na vida prática, transformando-se em ferramentas para compreender a realidade e agir no mundo com consciência.
O Eneagrama serve de guia para o educador. Como um mapa do tesouro, apontará os caminhos onde estão esses potenciais (tesouros da essência) e onde estão os nós da personalidade (padrões egóicos que estimulam comportamentos destrutivos) do aprendiz. Com uma boa orientação, que respeite os limites e possibilidades da pessoa, mas aponte caminhos saudáveis de superação, qualquer criança ou jovem pode aprender quase tudo.       
O Eneagrama da Educação é uma parte desse mapa do tesouro que mostra a base do que os educadores devem desenvolver em si (para educar melhor) e nos aprendizes (para eles aprenderem melhor). O quadro a seguir descreve e explica esse Eneagrama em três partes do ato educativo: essência; formas e processo.
Quadro 4: O Eneagrama da Educação
A essência do ato educativo = seu fim último

O círculo do eneagrama representa a essência (verdadeiro ser) de cada indivíduo. Educar para ser consiste em ensinar a criança e o jovem a expressar seus potenciais e dons, o auxiliando a ser tudo que pode ser. Significa também cuidar da sua dimensão espiritual, ensinando-lhes valores humanos que o ajudarão na construção dos sentidos da sua vida e despertando-lhes a intuição para tomar decisões e fazer escolhas com sabedoria.

As formas do ato educativo = os três tipos de potenciais que a educação visa revelar
Educar para Fazer = o topo do triângulo eneagramático representa a dimensão física de cada indivíduo, regida pelo centro de inteligência da ação (centro físico ou instintivo). Educar para fazer consiste em ensinar a criança e o jovem a agir com consciência de como os seus atos afetam na sua vida, na dos outros e na do planeta.
Significa também cuidar da sua dimensão física, ensinando-lhes a cuidar do seu corpo: ter consciência corporal das suas sensações, alimentar-se bem, dar-lhe o repouso necessário para restabelecer as energias, exercitá-lo para mantê-lo flexível, tonificado e cheio de vitalidade.
Educar para Conviver = o vértice direito do triângulo representa a dimensão emocional de cada indivíduo, regida pelo centro de inteligência emocional (centro emocional). Educar para conviver consiste em ensinar a criança e o jovem a sentir com consciência, percebendo como os seus sentimentos e desejos, afetam no seu modo de agir no mundo e interagir com as outras pessoas. Significa também auxiliar-lhes a lidar com as emoções desagradáveis como a raiva, a tristeza e o medo para que elas não cresçam e se tornem a base da sua ação.
Educar para Conhecer = o vértice esquerdo do triângulo representa a dimensão mental de cada indivíduo, regida pelo centro de inteligência do pensamento (centro mental). Educar para conhecer consiste em ensinar a criança e o jovem a pensar com consciência, ampliando o seu conhecimento sobre si mesmo, os outros e o universo. Significa também ajudar-lhes a interpretar suas experiências de vida com flexibilidade e criatividade, os tornando pessoas abertas para questionarem suas crenças e explicações sobre as coisas sempre que elas não se adequarem mais à realidade.
O processo do ato educativo
Héxade = a figura de seis pontos do eneagrama representa a lei universal de que tudo no universo está em constante transformação. Ela revela que a educação deve ser encarada como um processo gradual, mas contínuo, de expressão da essência da criança e do jovem (seu verdadeiro ser) em formas físicas (comportamentos), mentais (pensamentos) e emocionais (sentimentos).
Indica também a importância do educador ajudar seus aprendizes a respeitar e seguir o fluxo natural da vida, sem que sofram tanto com as mudanças inevitáveis da existência.  Em suma, mostra que o processo do ato educativo consiste em aprender (conhecer) na convivência (conviver) com os outros para agir (fazer) expressando os dons e potenciais da essência (ser), o que gera paz, saúde e felicidade.de = a figura de seis pontos do eneagrama representa a lei universal de que tudo no universo está em constante transformação. Ela revela que a educação deve ser encarada como um processo gradual, mas contínuo, de expressão da essência da criança e do jovem (seu verdadeiro ser) em formas físicas (comportamentos), mentais (pensamentos) e emocionais (sentimentos).
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* André Barreto Prudente – André é psicólogo de formação, mas educador de coração tem como missão de vida o trabalho pela infância. Mestre em psicologia pela Universidade de São Paulo (USP) e diretor do Núcleo de Evolução Humana de Sergipe (NEHSE), onde atua como psicoterapeuta de crianças, adolescentes e adultos e como professor de Eneagrama; é vice-presidente da Associação Brasileira do Eneagrama (IEA Brasil), pesquisador de novas aplicações do Eneagrama, especialmente o seu uso com crianças, e criador da coleção de livros infantis “Nove Estrelas na Terra” (nove histórias inspiradas no Eneagrama); facilitador do projeto Curtindo o Coração e coordenador do Núcleo Aracaju da Aliança pela Infância. Contato:andrebprudente@gmail.com
http://mundoeneagrama.org

O ENEAGRAMA EM ANIMAÇÕES DIGITAIS


Especialistas apontam que algumas produções conseguem criar personagens cujo desenvolvimento ao longo da trama vão além dos esteriótipos
Por Jeniffer Villapando*
O mundo das animações digitais também permite uma série de análises sob o prisma do Eneagrama. Ao tentar identificar os personagens de acordo com seus prováveis Tipos, é possível compreender com mais facilidade as motivações deles e a visão de mundo dessas carismáticas – e por vezes controversas – figuras. “Em animações mais recentes, nota-se um pouco mais de consistência de personalidade em personagens”, explica Urânio Paes.
Em Rango (2011), que faturou o Oscar de melhor animação deste ano, há um bom exemplo a se observar: “O protagonista é um camaleão que, por acidente, sai de seu viveiro artificial e cai em uma dura realidade. Lá, ele imita os outros e se torna o protótipo do que é mais valorizado pelo meio. Acaba virando um herói, mas, intimamente, incomoda-se com suas próprias mentiras e deseja saber quem ele realmente é. Quando é desmascarado e assume ser uma farsa, entra no vazio e inicia sua transformação maior – e, por consequência, a dos outros a seu redor. Metáfora interessante do Tipo 3 no Eneagrama e da passagem pelo ponto 3 (e depois o 4, 5 e o 6) no caminho do herói para cada um de nós”.
Rango é um camaleão que acidentalmente vai parar em Dirt, uma cidade do Velho Oeste sem lei. Os moradores precisam urgentemente de um xerife e ele “assume” o cargo, mas sua farsa é descoberta.
O psicólogo André Prudente também chama a atenção para a questão da consistência da personalidade de alguns personagens: “Tenho a impressão de que as
animações já conseguem, mais do que os outros tipos de filmes, criar personagens cujo desenvolvimento ao longo da trama vão além dos estereótipos”, diz. Como exemplo,
Prudente destaca Shrek (2001) e Kung Fu Panda (2008). No primeiro, o personagem representa inicialmente um “traço 8 desintegrado”: explosivo, defensivo, causa medo com seus gritos e atitudes, e usa sua força para atingir seus próprios interesses. Depois, devido à força transformadora do amor (nesse caso, da princesa Fiona), integra-se,passando a utilizar sua sinceridade e determinação em favor de todos os oprimidos e injustiçados.
O tipo 8 tem a tendência de defender aqueles que são mais fracos.
Já no segundo, o personagem principal, Po, que parece ser um 7, deseja ardentemente ser um lutador de kung-fu, mas leva os treinos na brincadeira e esbalda-se na comida (gula e dispersão típicas dos 7). “Quando ele percebe a seriedade do problema que está afetando a sua aldeia e que, para conseguir ser um bom lutador, precisa ter foco e dedicação, muda de atitude e usa a sua espontaneidade, leveza e otimismo como armas para superar um grande desafio”, pontua.
O tipo 7 tem a tendência de se dispersar e buscar opções mais prazerosas
Para André, “tanto em um filme quanto no outro, os personagens tornam-se representações boas da essência e, por isso, passam a ser modelos inspiradores de valores humanos”.

Eneagrama e Hollywood


“A descoberta do Eneagrama pelo cinema norte-americano aconteceu devido à precisão da ferramenta, que colabora para que o comportamento dos personagens se aproxime do que acontece fora da ficção”, afirma Urânio Paes
Por Jeniffer Villapando*
Para dar vida à Lisbeth Salander nos cinemas – uma órfã que sofre nas mãos de um tutor sem escrúpulos que condiciona a liberação do dinheiro da garota à troca de favores sexuais –, Rooney Mara contou com o apoio do Eneagrama.

Daniel Craig (o 007), interpreta o jornalista Mikael Blomkvist, e Rooney Mara, dá vida a hacker Lisbeth Salander.
A ideia de adotar a ferramenta na composição da personagem da primeira parte da saga Millennium- Os Homens que Não Amavam as Mulheres (2012) partiu do diretor David Fincher – A Rede Social (2010), que entregou à atriz um livro sobre o tema.
A saga baseada no primeiro livro da trilogia best-seller do escritor Sueco Stieg Larsson, na realidade, é uma adaptação feita por David Fincher da versão dirigida pelo dinamarquês Niels Arden Oplev em 2009. Há quem afirme que a reprodução de Opley trouxe muita “energia”, mas ficou com características de um piloto de série de televisão em comparação ao filme de Fincher. As pessoas que tiveram a oportunidade de assistir às duas versões pontuam diferenças na atuação das atrizes Noomi Rapace – que fez Lisbeth na trilogia original e Rooney Mara. O que o público destaca é que as duas trilham caminhos diferentes para a mesma personagem. Seria um resultado do uso do Eneagrama no roteiro?
Para proporcionar mais consistência à enigmática personagem Lisbeth Salander, Fincher orientou que Rooney entendesse a fundo a ferramenta e compreendesse sua personalidade – aparentemente uma Tipo 5.

O tipo 5 tem a tendência de se isolar das pessoas para ter privacidade e ser auto-suficiente.
Lisbeth aparece quase sempre com um visual andrógino – que tem aparência sexual indefinido entre os dois sexos- penteado alternativo, vários piercings, lápis preto em volta dos olhos, correntes grossas e pontudas e de preto. Por trás dessa silhueta externa, a jovem se revela, no desenrolar do drama, frágil. Sem proteção, a garota aprende a se defender sozinha de seu tutor.
Ao que tudo indica, a ideia de usar o Eneagrama para a reconstrução da personagem trouxe bons resultados. A atuação de Rooney Mara na saga lhe rendeu duas indicações importantes neste ano: melhor atriz de drama no Globo de Ouro e melhor atriz no Oscar.
Para Urânio Paes, da UP9, a descoberta do Eneagrama pelo cinema norte-americano aconteceu devido à precisão da ferramenta, que colabora para que o comportamento dos personagens se aproxime daquilo que acontece fora da ficção. Isso confere mais veracidade a personagens muitas vezes complexos. “Há casos hoje nos Estados Unidos de diretores que escolhem os atores conforme os personagens e os próprios tipos dos atores”, pontua.
Urânio destaca ainda que “ao escolher o próprio tipo ou o tipo ligado a uma flecha, a atuação fica mais convincente”. De acordo com ele, o contrário também pode ocorrer: “uma escolha dissonante entre ator e personagem pode colaborar para que o resultado não convença. Isso explicaria por que “atores genais não se saem bem em determinados papéis”. Para Urânio, é o caso de William Hurt. “Quando ele fez um papel do Tipo 9 (aparentemente o Tipo dele na vida real), no filme O Turista Acidental (1988), foi muito bem, mas quando fez um Tipo 3 no filme Nos Bastidores da Notícia (1987), não foi tão convincente”, exemplifica.

O Turista Acidental
Para o psicólogo e especialista na aplicação do Eneagrama em processos educacionais, André Prudente, “personagens que revelam os dilemas internos (dúvidas, sentimentos, dificuldades, buscas) e externos (modo de se comunicar e se relacionar) dos traços, que passam por um processo de transformação na história e expressam o que há de melhor no seu traço de personalidade, podem vir inspirar as pessoas que estão no mesmo processo”.
No Brasil, contudo, a utilização do Eneagrama pela sétima arte ainda não engrenou. Ao contrário do que ocorre em Hollywood, por aqui não existem grandes entusiastas no uso da ferramenta para os roteiros cinematográficos. Algumas iniciativas, porém, surgem no sentido de mostrar que há um grande terreno a se explorar. É o caso do trabalho desenvolvido pelo dramaturgo e criador do site Letras Criativas (www.letrascriativas.com.br), Felipe Chusyd Moreno, que, desde o fim de 2010, lançou sete publicações em e-books com breves histórias dos tipos do Eneagrama.
A proposta é que, no futuro, esses casos tornem-se filmes. Isso só não saiu ainda do papel devido aos recursos necessários para essas produções. “Cada uma dessas novelas tem dez capítulos, que são os argumentos de possíveis filmes”, conta. Além das salas de projeção, séries de TV também fazem parte dos projetos de Moreno, que vê no audiovisual um instrumento de peso para transmitir ao grande público informações relevantes sobre autoconhecimento. Na próxima semana, vamos tratar do uso do Eneagrama em animações. Até lá.

http://mundoeneagrama.org