terça-feira, 7 de agosto de 2012

Brasil, Tipo 7 no Eneagrama


"Eneatipos do Eneagrama são visões de mundo. Segundo a teoria, cada um de nós em algum estágio das nossas vidas acabou por adotar uma estratégia de sobrevivência, uma máscara (ou tipo) que a nossa mente criou para para sobreviver às intempéries do mundo. Portanto,  em tese, essa poderosa ferramenta de auto-conhecimento deveria ser aplicada somente em nós mesmos e nas demais pessoas que nos cercam. De qualquer forma, quando discutimos, compartilhamos e aprendemos sobre o Eneagrama é muito proveitoso aplicá-lo nas diversas facetas da nossa vida com o intuito de elucidar ao máximo todos os aspectos.
Nesse sentido, irei pegar emprestado do poeta a sua a licença, e aplicar o eneagrama no meu querido e belo país: o Brasil.


Se o Brasil fosse representado por um dos eneatipos, certamente ele seria o tipo 7 no eneagrama. É possível reconhecer na cultura nacional brasileira vários pontos relacionados a este tipo, vamos a alguns deles:

Ver o lado positivo da vida: brasileiros são amplamente reconhecidos pela sua agilidade de focar no lado positivo das coisas, apesar dos enormes problemas sociais que enfrentam. Debates sobre os problemas sociais são frequentemente seguidos por uma afirmação do tipo “Sim, mas….”. Em uma pesquisa realizada com vários países do mundo, brasileiros estiveram no topo da lista na pergunta “Eu acredito que o meu país é o melhor lugar do mundo para se viver”. Alguns sociólogos dizem que se algumas coisas que acontecem no Brasil estivessem acontecendo em outro país, por muito menos uma guerra civil teria eclodido, mas não aqui, onde as pessoas parecem estar felizes não importa o que aconteça.

Se divertir: brasileiros são muito festeiros, não importa sua condição social.
Um grande exemplo é a devoção que várias pessoas da camada social menos abastada tem ao Carnaval. Grande parte da vida dessas pessoas é dedicada ao planejamento anual de um desfile anual que dura cerca de uma semana em Fevereiro. Isso acontece nas Escolas de Samba – que estão longe de ser um estabelecimento educacional tradicional – mas um local no qual milhares de pessoas da comunidade se encontram para ensaiar o desfile de carnaval sob o ritmo frenético de tambores, samba e muita alegria.
Outro fato que exemplifica a ânsia pela diversão é que a maioria dos brasileiros gasta praticamente todos os seus Reais ao invés de poupar o seu dinheiro – mesmo que o Banco Central matenha a taxa de juros como uma das maiores de todo mundo – o que acaba dando trabalho para os economistas explicarem.

Flexibilidade e Criatividade: essa é uma característica positiva atribuída aos brasileiros, de jogadores de futebol a homens de negócios. Por exemplo, uma análise de um jornal de negócios apontou que muitas companhias norte-americanas e Européias estão contratando diretores financeiros brasileiros, porque “apesar de serem da área financeira, são pessoas muito criativas e capazes de contornar problemas de forma diferente”. Isto também pode ser observado na história recente do país, antes da criação do Real, quando a inflação atingia níveis impraticáveis e a criatividade fazia parte da estratégia de sobrevivência de todo um povo.
Ao mesmo tempo, também pode ser observado no famoso “jeitinho brasileiro”, afinal, não importa a situação, mas quase sempre encontramos uma forma de fazer aquilo do nosso jeito, com muito flexibilidade. Isso também inclui o jeito que os brasileiros lidam com as regras, burocracia, dinheiro, compromissos, etc.

Espontaneidade: os brasileiros são conhecidos, por exemplo, pela sua hospitalidade para com os estrangeiros e a facilidade com a qual conseguem estabelecer amizades rapidamente com as pessoas. Recentemente, um diretor de uma empresa multinacional para qual eu trabalho me confidenciou que adora o Brasil porque sempre quando ele voa do seu país natal na Europa para o Brasil, ele faz amizades com praticamente metade das pessoas no avião e alguma delas (pra sua grande surpresa) ainda o convidam para irem até as suas casas. Não são muitos os brasileiros que falam inglês, mas ainda sim, os falantes nativos em inglês geralmente dizem que consegue se comunicar bem com os brasileiros, por meio de muita linguagem corporal, gestos, caras e bocas.

E aí, o que você acha? O Brasil é ou não é tipo 7 no Eneagrama ?"


Alexandre Lourenção é publicitário pela ESPM, criador do Coletivo Ventríloquo, planner pela Miami Ad School, dublador, videomaker e entusiasta das novas tecnologias, há mais de 15 anos trabalha com meios digitais.
Foi assistente de professor na ESPM e é autor colaborador do livro ‘Propaganda – Teoria, Técnica e Prática’ de Rocha júnior, Garcia e Sant’anna 2008, publicação referência para estudantes de comunicação.
Há 10 anos estuda Eneagrama e outras ferramentas de desenvolvimento. Em 2010 concebeu, junto com Urânio Paes e a equipe up9, o projeto online Mundo Eneagrama no qual hoje é o atual gestor de conteúdo, autor colaborador e responsável pelo perfil no twitter @mundoeneagrama





http://mundoeneagrama.org/2011/07/brasil-tipo-7-no-eneagrama/

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) reconheceu, em 2008, o último sábado do mês de maio como o “Dia Mundial do Eneagrama”





http://mundoeneagrama.org/2012/05/congresso-brasileiro-coincide-com-o-dia-do-eneagrama/

Usain Bolt, um “Tributo” ao Tipo Sete (POSTADO POR MUNDO ENEAGRAMA EM AGOSTO 6, 2012 ÀS 7:57 AM) Por Urânio Paes (@uraniopaes)



"Usain Bolt se tornou bicampeão na prova sobre a qual recaem as maiores atenções durante uma Olimpíada, os 100 metros rasos. Dois milhões queriam um ingresso para ver Bolt fazer história no Estádio Olímpico de Londres; 80 mil privilegiados conseguiram. E, seguramente, não se arrependeram e jamais se esquecerão do que viram. Bolt virou uma atração; é um prato cheio para quem quer compreender melhor o perfil do Sete no Eneagrama.
O jamaicano, antes de mais nada, é simpático e carismático. Conquista as pessoas com a descontração, irreverência e espontaneidade. Atrai olhares e as câmeras de todo o mundo com um estilo informal, charmoso e alegre. Segundos antes de iniciar uma prova tão tensa e importante, lá estava Bolt, sorrindo, brincando com o público, com as câmeras, beneficiando-se duplamente disso, algo que parece melhorar sua performance e irritar alguns de seus adversários diretos.
Depois da prova, ele comemora com o público, abraça outros competidores, fala com a imprensa com uma informalidade típica daqueles que costumam “nivelar a autoridade”, uma marca do Tipo Sete. Estes comportamentos são formas eficazes de diminuir a tensão e aumentar o relaxamento e a autoconfiança.
Bolt exemplifica bem uma das formas de se diferenciar um Sete de um Três (muitos poderão questionar essa breve análise, afinal de contas, ele disse que estava feliz por ser o melhor do mundo). Ao olhar para a própria imagem no telão do estádio, Bolt gosta do que vê e costuma brincar mais. Neste momento, ele passa uma impressão de fazer exatamente o mesmo quando se olha em um espelho dentro de sua própria casa, ou seja, demonstra que não está nem aí para a aprovação do público, mas que curte e tem prazer na informalidade dessa interação pouco protocolar. O Sete está mais para “narcisista”, enquanto o Três está mais para vaidoso (em sentidos não patológicos/julgadores das palavras). Para Bolt, se os outros gostam ou não dele, isso, provavelmente, se torna mais uma questão de bom gosto ou mau gosto (dos outros, claro) do que motivo de preocupação.
Assim, de forma natural e espontânea, ele encanta as pessoas. Compare-o, por exemplo, às poses de Cristiano Ronaldo, um Tipo Três, quando se olha no telão antes de bater uma falta.
NAS ORGANIZAÇÕES – É possível estabelecer uma analogia com o que acontece em empresas. Muitas vezes, vejo os executivos do Tipo Sete buscando se divertir momentos antes de reuniões decisivas, por exemplo. Essa iniciativa pode trazer efeitos positivos para eles e para os resultados buscados. Empresas míopes e fracas no tema da diversidade, acostumadas a “pasteurizar” seus colaboradores, inibem esta estratégia dos Setes e, com isso, conseguem o oposto do que desejam: diminuem suas performances. Neste sentido, os fãs do esporte – e deste mito chamado Usain Bolt – deveriam agradecer de joelhos o fato dele ter nascido jamaicano. Sim, porque, nesse país, estas estratégias do Tipo Sete são aceitas e bastante apoiadas.
Uma das características da “gula”, que é a paixão ou o vício emocional do Sete, é acessar uma energia acima da média em determinadas situações, de forma ligada ao prazer (sugiro a leitura do artigo “Tipo Sete: paixão da “gula” e Virtude da “Sobriedade”). Esta característica, no caso de Bolt, parece canalizada de forma muito positiva, correndo de maneira mais rápida (o que rende o ouro, dá prazer) e intensa, que assombra leigos e especialistas, gerando debates sobre os limites biológicos do ser humano para uma prova como esta. É claro que suas características biológicas são decisivas, mas também me parece evidente que não somos feitos apenas do biotipo, mas também de nossa psique. É assim que Bolt, com uma energia acima da média, se percebe, constrói a sua personalidade.
Este, aliás, é um bom momento para lembrarmos uma importante lição: “bendita personalidade”. É fundamental pararmos de demonizar a personalidade no nosso trabalho de crescimento pessoal. As abordagens mais modernas (de trabalho interior) buscam integrar a personalidade e usá-la positivamente no trabalho de busca das qualidades essenciais, em vez de gerar confrontos improdutivos com nossos padrões. Parece que Bolt também sabe fazer isso muito bem, ao menos nos 9,63 segundos de sua inigualável corrida como homem mais rápido do mundo em todos os tempos. Tomara que possa, assim, inspirar uma parcela de seus bilhões de telespectadores na importante tarefa de mobilizar forças da personalidade para algo de nível efetivamente superior.
Um detalhe curioso da performance de Bolt é que ele larga pior do que a maioria dos seus adversários. Curiosamente, e isso também diferencia de forma muito precisa Setes e Três, ele admite isso publicamente. Aqui, não se trata de fazer uma crítica ao Tipo Três, apenas de dizer que os Setes podem ser menos refratários a admitir, publicamente, seus gaps, já que ele não se importa com a aprovação dos outros. De qualquer forma, essa “limitação” na largada decorre, em parte, de sua altura e tipo físico. Porém, mais uma vez, duvido que este seja o único fator. Acredito que isso acontece por ele ser um tipo mental do Eneagrama, que demora um pouco mais para ir para a ação. Os tipos instintivos (8, 9 e 1) tem uma facilidade um pouco maior de ir para a ação e, em geral, são “melhores” (possuem aptidão) em “arrancadas” (é o caso, a meu ver, de Ronaldo Fenômeno e César Cielo, ambos prováveis Tipos Nove do Eneagrama). Talvez, também, este seja um “efeito colateral” do fato de Usain Bolt brincar bastante, de forma mental, até poucos segundos antes de largar. Assim, ouso dizer que Bolt, talvez, ganhe alguns centésimos de segundo em sua performance, se for corretamente treinado com técnicas que usamos associadas ao Eneagrama, de desligar os pensamentos e acessar o instinto.
Por fim, a história recente de Bolt nos mostra uma sabedoria de como as pessoas do Tipo Sete podem de desenvolver. Há um ano, Bolt fracassou no Campeonato Mundial de Atletismo, na Coreia do Sul. Depois de todo um semestre aquém das expectativas, ele simplesmente queimou a largada e foi desclassificado. De lá para cá, muitos analistas duvidaram que o jamaicano pudesse se recuperar e repetir seus melhores momentos. Neste cenário, o que fez Bolt? Ele se isolou. Antes da Olimpíada, passou três semanas recluso e concentrado, longe de tudo e de todos, sem gerar ou alimentar o noticiário. Do ponto de vista do Eneagrama, o que Bolt fez foi acessar a força da sua flecha Cinco. Quando caminhamos contra a flecha no diagrama do Eneagrama, nós nos energizamos de uma maneira muito especial e, para um Sete, isto acontece no ponto Cinco do diagrama. E, quando isso é bem feito, na hora certa, o Tipo Sete pode ir para o ponto Um (flecha a favor), obtendo o melhor deste ponto, como disciplina, foco e instinto mais ativo (que tonifica e deixa as pessoas mais “espertas” nos movimentos físicos). Ou seja, Bolt fez a caminhada de crescimento que preconizamos para nossos alunos do Eneagrama: foi contra a flecha e, depois, a favor dela no diagrama, obtendo sucesso.
Por ser jamaicano, Bolt é um “duplo Sete”, ou seja, Sete na personalidade e Sete na cultura nacional, o que faz com que nós, brasileiros, nos identifiquemos ainda mais com ele (o Brasil também é Sete – sugiro a leitura do artigo “Brasil, Tipo Sete no Eneagrama”, de Wagner Belmonte neste blog). Por isto, já estou desde já na torcida para que este mito esteja na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, ganhando pela primeira vez três Ouros na prova mais importante do atletismo mundial (ontem, ele se igualou ao norte-americano Carl Lewis). Aposto que a energia brasileira (Sete) e carioca (outro “duplo Sete”) será contagiante para Bolt. Que, por sua vez, também será contagiante para nós, brasileiros.
Bolt revelou que sonha repetir seus feitos nos Jogos do Rio. “É verdade que terei 30 anos. Mas acho que pode ser divertido”, avisou o jamaicano. Sorridente, ele chegou a cantar “Every little thing is gonna be alright”, do também jamaicano Bob Marley, com um grupo de repórteres. Questionado se sentia uma “lenda do esporte” por ter quebrado o próprio recorde olímpico de 9s69, Bolt fez cara de contrariado. “Não, não. Estou a um passo (de me tornar uma lenda). Eu me sinto quase uma lenda”, brincou.
A reação de Blake, medalhista de prata, também foi bastante peculiar. “Fiquei com a medalha de prata. O que mais posso pedir? Ser o segundo homem mais rápido do mundo atrás de Bolt é uma honra”, disse.

O “Sete” Usain Bolt:

 Recordes mundiais:
100 m rasos – 9s58 (2009)
200 m rasos – 19s19 (2009)
Recordes olímpicos:
100 m rasos – 9s63 (2012)
200 m rasos – 19s30 (2008)
Títulos:
Bicampeão olímpico dos 100m (2008/Pequim e 2012/Londres), campeão olímpico dos 200m e 4x100m em 2008."